A gente NÃO É obrigada a nascer sabendo de tudo, pô. E faz favor de respeitar nossa ignorância, ao invés de rir dela?

Mais uma vez, tô tentando ser ecologicamente correta. E me dei mal. Troquei o carro pela bicicleta - a princípio, VENDE-SE FIESTA SUPERCHARGER 1.0, 2003, 40mil km, única dona, coisa mais fofa desse mundo.

Gostaria muito de saber quem foi o célebre autor da frase "aprender a andar de bicicleta nunca se esquece". Sim, saber quem foi e ESGUELAR o desgracido. Lógico que esquece! Ou você acha que quem tinha uma Ceci, com cestinho, amarelinha, aro 20, cuja última pedalada se deu em 1989; vai se dar bem com uma Caloi monster-hyper-tracker-mountain-animal-mega-super-bouncing aro 26 de DEZOITO MARCHAS? É o que eu digo, mal uso as 5 do carro, imagina 18...

Enfim, tô eu lá, enfrentando uma subida a uns, digamos, dez graus de inclinação, suando que nem uma condenada (fuma, vai), pedalando rápido como se fosse um daqueles desenhos animados que só aparece a fumaça da perninha do ser e andando a algo como...meio kilômetro por hora.
E ainda tenho que ouvir de dois pedreiro reba maloca:
"- Vai, vai que tá girando"

Entendeu agora porque esse tipo de gente não tem dente? Esses dois também não tem mais.

Só é pobre quem quer (ou porque eu não sobreviveria como paulistana)

Ficar rico "es muy facil, mi amigo". Simples que só. Basta ter acesso aos devidos recursos. Dou dois exemplos.

O cara que conseguir trocar o barulinho da maledeta máquina do dentista pela 9a. sinfonia de Beethoven ficará trilhardário (essa palavra existe? Aurélio, alô?). Sim, porque você sente dor só de ouvir o tzzzzzzzzzzzzzziiiiiiiiimmmm daquele treco. Já imaginou um aparelinho desses que quando acionado cantasse Like a virgin, UH!, touched for the very first time.. Acho que as gengivas iam ficar todas excitadinhas, ui. Podia até doer no começo, mas depois, como tudo na vida, acostuma e fica bom, veja só.

Só que a verdadeira fórmula da riqueza, meus caros, não está nesta invenção não. Está em algo muito mais simples e que seria um grande passo para a humanidade e, pra minha desgraça, me levaria à falência em menos de 24 horas. Peguem lápis e papel e anotem o que vou dizer (quem sabe depois que patentearem, não me dão uma parte de lucros?) Quer ficar rico? Pois encontre uma maneira de vender paciência em cápsulas.

Eu seria a compradora número um. Me diz onde tem que eu compro, que se dane o cheque especial.

Mais uma vez, me explico. Estava em São Paulo tratando de assuntos burocráticos (quantas vezes tenho que dizer que sou chique). Peguei o metrô (nem tão chique assim). Não bastou cinco minutos para que eu sentisse a necessidade de uma cápsula de paciência. Em São Paulo, tem engarrafamento até no metrô. E não é de pessoas não.

O metrô parava e anunciava "paramos para aguardar a movimentação do carro a frente". ¬¬. Fico imaginando se os carros, na av. Paulista, tivessem uma buzina que dissesse - estou aguardando a movimentação do fdp a frente. Que delícia.

Mas isso não foi só. A próxima crise de abstinência das cápsulas de paciência viria logo a seguir, e seria muito, muito pior.

Passeando por uma galeria, olhando as vitrines, ali estava ele. Pequeno, calado, modesto, quase inofensivo, como se escondendo o poder de me derrubar. O ANÚNCIO. Discretamente dizendo "Precisa-se de vendedora com experiência ANTERIOR."

Ah, jura, Crispim? Não dá pra começar a trabalhar e adquirir uma experiência posterior não? Tem certeza que a expêriencia anterior é indispensável? Eu prometo que serie bem experimentada posteriormente.....


Chica - onde está a farmácia que vende essas cápsulas mesmo?

Micos europeus 2 (quase uns gorilas)

Essa é pra mostrar que os portugas tontos não são tão tontos quanto achamos. Acho que herdamos não só o idioma, mas a falta de neurônios também. Sim, e não é porque a cagada foi minha que vou deixar de por no plural, nóS somoS um pouco, a dizer, atrasadinhoS mentaiS também.

Me explico. E me contextualizo antes de mais nada.

Estava na Cidade do Porto, Portugal (jura? achei que era Porto Seguro...) Fui ao Museu de Arte Moderna (eu posso ser atrasada, mas pelo menos finjo que sou chique. Na verdade, achei o Museu bem chinfrim, tinha uma exposição sobre um cineasta, se é pra ver filme vou ao cinema, cacilds¹).

Bom, estava passeando pelo Museu e pelo Parque Serralves, linda e formosa, quando a maldita deu sinal de vida. Sim, a tenebrosa, a irritante, a agoniante, a chata da ETIQUETA DE NYLON (da minha camiseta)!!
Não parava de me pinicar, me incomodava horrores. Preciso dar um basta nisso, pensei, vou acabar com sua vidinha de pinico-tico ordinária, você vai ver.
Fui até o restaurante do Museu e pedi uma tesoura, que, ÓBVEO, não tinham. A hostess mui gentil me emprestou uma faca e eu disse a mim mesma, não, disse à etiqueta mesma, estas liquidada, opá!

Fui até o banheiro para dar início à operação Cami, a estripadora de etiquetas. Lá chegando, notei uma pequena fila - quem em Portugal se diz bixa, e também vi que o banheiro de deficientes estava vago. Bom, se vocês, lusos, vão ficar na bixa, problema homossexual de vocês. Fui para o banheiro de deficientes....

Terminada a chacina da etiqueta mala, usei o dito cujo do banheiro, dei a descarga, sim, sou chique, e notei um fiozinho que vinha do teto, como se fosse aqueles fios de descarga de banheiro de boteco, sabe? Bom, já que eu estou no primeiro mundo, e já que a descarga eu já dei, vamos ver pra que serve esse fio, talvez para aromatizar o ambiente.

Puxei......


Resumindo, nem um minuto depois, havia umas dez pessoas batendo à porta do banheiro, me perguntando se eu estava bem, se podiam me ajudar, praticamente chamando o Sarkozy para resolver aquele embate sonoro dentro da União Européia.

Eu tinha acionado o alarme. Para deficientes.


¹ Ai que saudades do Mussum...

Micos europeus 1. (e outras coisas da fauna do velho continente)

Euskadi.
Já perceberam que quanto mais importante a gente se sente, quanto mais a gente "se acha", mais cômico é o tombo? De que adianta salto agulha 10cm, vestido tubinho vermelho com decote até a patagônia, cabelo alisa,baba, cilios que tocam a lua mas pesam 3 toneladas de tanto rímel; se na hora de desfilar na frente de quem interessa tu mal se sustenta no salto e - tadáaaa - tropeça bem em frente a ELE???

Como se fosse alguém te dizendo "volta pra humiRRRdade, minha filha".

Enfim, de volta a Euskadi.
Estava eu passeando por uma praça de Barcelona quando vi toda uma movimentação cultural. Palco montado, stands, distribuição de panfletos, sorteios, tudo promovendo viagens a destinos lindíssimos. E no final de cada material impresso tinha lá escrito "Euskadi". Rá. Eu não sou daqui mas TENHO QUE me mostrar integrada. Respirei bem fundo, juntei todos os meus conhecimentos de portunhol adquiridos ao longo desses jovens anos, e perguntei, justo para quem parecia estar coordenando o evento:
- Oye, perdona, este Euskadi es una agencia de turismo, no?

O olhar que recebi de resposta era algo como - "ou você sai daqui agora, ou eu ligo pra imigração pedindo teste de inteligencia para entrada no país, no qual eu reprovaria, ou eu te mato, ou o ETA faz isso". Ela contou até 3 (acho que mais, não sei) e disse:

- Euskadi es el Pais Basco.

Acho que o ETA deve estar me procurando até agora.
http://pt.wiktionary.org/wiki/Euskadi

Back to Black (and white)

Nobres colegas.
Si, si, volvi! Volvi aos canarinhos, volvi a indentidade Chicaiana, volvi a indagar onde está o aquecimento global (faz 4 dias que so uso calça e bota. Saudades das minhas havaianas azul-marrom-encardidas). Volvi ao blogg!

Tempo de repassar tudo que me aconteceu nesses últimos meses. Tudo não, que nem eu tenho saco para escrever, nem vocês têm pra ler. Só os bafos, alho e óleo, mesmo.
Antes de começar, um adendo (ôôô palavrinha esquisita. Se eu tiver um cachorro, vai se chamar adendo. E se eu tiver um mano, vai se chamar Herrar, porque Herrar é o Mano).
Eu já to uva passa+da, então a ordem cronológica dos acontecimentos não será espeitada. E quem se incomodar, que levante o mouse.

Gracias.

Essa vida de pobre chique

Mas um episódio da minha pobreza em alto estilo. Porque eu nao mato cachorro a grito, mato cachorro a ópera.

Estava na Suiça (bibas, moooooooooorram de inveja. Mas mooooooooorram agora, porque depois vao é morrer de rir da minha cara), indo de trem de Zurich a Geneve. Sim, os suiços sao pontualissimos. Sim, eu sou o oposto. Sim, quase perdi o trem.

Bom, entrei no trem toda esbaforida, jeans, bota de mochilera, i.e., furo básico no calcanhar e toda gasta de tanto uso (ok, o que eu esperava por uma bota de 12 contos?), blusa amassada a la-porque-raios-passar-roupa-se-vou-socar-na-mochila e cabelo desgrenhado e umas tres sacolas de plástico, bem farofeira, com água, sanduba, essas coisas. Busquei um assento.

Olhei a minha volta, que delicia, ar condicionado, fresquinho, alguns homens-executivos abrindo seus laptops. Terno e gravata, que chique. A viagem vai ser ótima, pensei.

Passados 30 minutos comecei a me aburrir. Ninguém falava nada, um silencio enorme, se eu quisesse abrir uma bala capaz de me expulsarem do trem por poluiçao sonora. Tudo bem que os suiços sao educados, mas ninguem fala, ninguem escuta musica, ninguem tem uma melekinha no nariz que faz espirrar?

Eis que surge o tiozinho pedindo pelos bilhetes. Eu estou num assento com um executivo ao meu lado e dois outros engravatados em frente, me mirando. O tiozinho olha meu bilhete, olha minha cara, abre um sorriso e diz, em meio a todo o silêncio que havia no vagao inteiro:

"-voce esta na primeira classe mas seu bilhete é da classe economica. Quer pagar a diferença ou mudar de cabine?"

Só faltou dizer, SUA POBRE.

Rabinho entre as pernas, vazei né.

ô meu povo

Gente indigente, sim, eu ainda vivo, apesar dos contratempos.
Surtei, pinelzei, desparafusei e vim parar no velho continente.
Mas nao pensem que as indignaçoes ficaram pra tras junto com meus biquinis e roupas de verao...nanana.....
Elas me perseguem, como sombra, onde eu vou, tem la uma tatuzada pra me acontecer.
Enumerarei algumas:
1 - Londres: encontro a Chica Junior, que carrega nada menos que duas malas de 35 kg consigo. Joia. Vamos para o albergue, LOGICO, de metro que eu nao dei na minha mae nem nada pra ficar gastando pounds por ai - os unicos pounds q eu quero perder sao aqueles da minha cintura. Bueno, ocorre que nem todos os metros tem escada rolante (antes que eu me esqueca, dumb ass, metros sao undergrounds), ou seja, temos q carregar aquelas antas pra baixo e pra cima.
Ocorre que, depois de muito calo na mao, encontramos um gentleman para nos ajudar a descer com os hiper pesos.
Bom, a questa é qele nao sabia que estavamos descendo. Ele apareceu quando ja estavamos no meio da escadaria, e ofereceu ajuda.
Obveo que aceitamos.

Adivinha...

O FOFO, ao i nves de descer as malas, subiu com elas e tivemos que descer TUDO OUTRA VEZ!! Ele apenas DESFEZ nosso tabalho...

Parte 1 é essa...Isso é só o começo...

Tá olhando o que?

Não sei pra que participar de Big Brother se nossa vida já tá repleta de invasores a nossa privacidade.

Pra onde quer que você vá, tá lá ela...a mardita...escondida, malandra, sorrateira.... Te medindo de cima a baixo, como uma daquelas ex colegas de colégio que hoje estão siliconadas e magérrimas e ficam te medindo como que se avaliando o quanto elas são superiores.

Pior...

Ficam te vigiando e te DEDANDO* para um monte de desconhecidos. Você está presa. Não pode fazer careta. Não pode dar aquela lambidinha no dedo pra corrigir o lápis do olho na frente do espelho do elevador.

Parar em frente a um espelho e checar a retaguarda (ok, agora eu me senti a bisavó da minha mãe, ô palavra antiga), só se você quiser que meia dúzia de seis ou nove malandros também confiram se sua academia ta funcionando. (Tá tão segura assim? PO DE RO SA).

Acho que pior que as camêras de vigilância só mesmo os espelhos mal colocados. Não vou nem entrar no mérito dos de teto, muito menos daqueles de academia que te fazem parecer GORDA (sim, porque é o espelho que mente, não você).

Sinceramente, queria falar do pior deles. O do banheiro. Já viram aqueles banheiros que são FORRADOS por espelho?

Acho que vocês não entenderam, tem espelho até em frente ao trono!

Agora, me diz, QUEM É QUE FICA SE ADMIRANDO ENQUANTO FAZ AS NECESSIDADES???

Nego perde até a concentração...

Feliz do Ray Charles, não?

Chica - sim, eu passei por isso.

*dedar = v.t.d; dedo-durar, delatar.

Eu me (in)formo é pra ficar burra mesmo

Às vezes eu acho que os leigos é que tem sorte. Leigos não, alienados.

Eu só gostaria de entender por que diaxos vocês (é, vocês, adultos) estudam tanto, tanto, se as informações que vocês passam não prestam pra NADA????

Oras boletas. Vem o alface-ambulante, greenpeacezeiro salvador do planeta e amante da natureza dizer que de nada adianta separar o lixo se você ao menos não lavar o potinho de iogurte ou passar uma água no copinho de café antes de jogá-lo no lixo reciclável. “Porque essa sujeirinha contamina todo o resto do lixo que você separou”.

Ta bom, vou lá e lavo todos os detritos recicláveis. Cumpri minha parte para evitar o aquecimento global-que-esqueceu-de-Curitiba-porque-aqui-faz-frio-fora-de-hora?
NÃO.

E por quê?

Porque não se pode desperdiçar o bem que valerá mais que petróleo em 10 anos, o elemento que mais aflora na Terra mas pouco se pode utilizar para consumo humano, a substância que cura todas as doenças, a ÁGUA! “Como assim você lava lixo, joga pelo ralo essa quantidade tamanha de água, tem idéia de quantos litros por ano você gasta lavando lixo?? Que absurdo menina!!”

¬¬

Olha, vocês aí, que estudam, são formados, mestrados, operados e sanfonados, o que vocês acham de servirem para alguma coisa? DECIDAM-SE. E depois me comuniquem.

Chica – entrando em greve novamente, abaixo à informação! Vamos fazer greve, ninguém mais compra jornais ou qualquer outro meio de comunicação que possa nos confundir ainda mais. Adultos, façam alguma coisa!

Pra você VER o que eu tenho que OUVIR

Eu sei que disse que estaria em retiro, greve ou o que seja, mas tem coisas que nem a philco faz pra você. Mas um Tatu-bola bípede, faz.

Sexta a noite. Dia internacional da balada, do pifão, da birita, do shake your butty ou whatever. Vou com mais duas amigas pra uma baladinha bem bacana daqui, "curtir um som" (ô desculpinha mais esfarrapada, curtir um som, aham, sei, pega teu stereo, põe nazoreia, e fica curtindo).

Anfã. Chego lá e uma das minhas amigas encontra um amigo que, por coincidência (ou desastre mundial, sei lá) também estava com mais dois amigos. Aí fica aquela cena PATÉTICA dos caçadores abordando cada um, uma, e a gente sem ter como fugir, já que puxar a amiga pro banheiro não dá porque tem outro SER amolando.

Ok, mamãe me ensinou a ser simpática, vamos lá. O cara se aproxima de mim, faz uma pose sexy (só se for na cabeça dele), ajeita a jaqueta a la Elvis, dá uma jogadinha de quadril, uma rodadinha de gelo no copo de vodega - que era dose dupla na night, pobre, e manda:
- Daí, Chica, que você manda? (com uma voz a la Cid Moreira).

Calma, respira, vamos lá, hablaremos ao senhoooooooooooor....

Depois de uns instântes entre uma frase nobre do amigo, um suspiro meu e uma rodadinha de gelo no copo de vodega, puxei papo sobre umas caricaturas que estavam expostas no local. Perguntei se ele reconhecia uma, em particular. Resposta:
- Não sei quem é não, também não dá para reconhecer pela assinatura....

Nanananananana..... juuuuuuuuuura? Minina, tô a-bis-ma-da!! ¬¬
Não aguento, não resisto. TIVE que responder:

- Mesmo porque a assinatura é da pessoa que FEZ a caricatura, não de quem está REPRESENTADO nela.

Chica - e nem venha dizer que fui mal educada! Tô ajudando a comunidade dos Tatus Bolas Bípedes a se humanizarem um pouco mais!

Desculpem o transtorno...

Desculpem o Transtorno Periódico da Moça aqui, estarei reclusa nos próximos dias para melhor atendê-los.

(mentira, eu não atendo ninguém)

Chica - adorando o humor desse cara.

Propagando a justiça social numa sociedade capitalista em consonância com a função social da propriedade privada (ou....

ou como não dar esmolas e manter seu carro inteiro).



Sabe aquela camiseta antiga, ou mesmo o tênis surrado, que há tempos você não usa, mas que já passou do prazo de validade? E que nem pagando um brechó aceita? (é, uai, tempos difíceis, tudo pode ser comercializado).



Então, juntei alguns desses itens e taquei no carro. Assim, quando viesse um daqueles tiozinhos-meio-simpáticos-meio-ameaçadores cobrando pela "cuidadada" que ele NÃO DEU, eu dou uma peça de roupa, um brinquedo, ao invés de grana.



Pois bem, lá estava eu, 21:45 da noite (a-AAA, jura que era da noite?), parei no semáforo e veio uma garota vender bala. Dei um acessório pra ela, achando que tava mais que bom...Ledo engano (eu podia fazer uma semi divagação sobre essa palavrinha ledo mas tô com preguiça).



Não só a desgracida não agradeceu, como insistiu pra eu comprar bala. E depois pediu a minha jaqueta, cara de pau. Seguiu o diálogo:

- Não posso dar a jaqueta, como é que eu fico então?

- Compra outra pra senhora (ainda me chamou de SEHORA, a viada)

- Como assim, "compra outra", você acha que acho dinheiro onde?

- Na sua folha de pagament0.

- ENTÃO VÁ VOCÊ ARRANJAR UMA! (folha)



Tá, tá, essa última eu não disse. Não por medo, tá, não sou mulher de ter medo de serzinho que me chama de SENHORA, mas vai que ela me tacasse uma bala-super-ácida-daquelas-que-mancha-a-língua no meu olho! Não vale, ela tava armada.



Chica - que descobriu mais uma coisa inútil - o tal do ciático.

A indispensabilidade das coisas inúteis

Divagações sobre coisas que realmente não servem para nada.

1- MOSQUITOS. Ah, esses são meus ódios prediletos. Por que, jisuisi, por que eles habitam o mesmo planeta superpopuloso que nós? Quem é que lucra com eles, fora os repelentes? Nem perfume a gente pode passar porque depois tem que tacar repelente com aquele cheiro medonho. Fora a pele, depois de picada, parece o mundo mágico das bolinhas. E ainda ficam zumbindo nas nossas orelhas, como que dizendo, "lálálá, te pique-ei, você é maior que eu mas eu te pique-ei"

2- AFTA. Aftas estragam qualquer relação. Veja bem, ela passa o dia te incomodando, ainda que suavemente, mas é na hora da refeição que o bicho pega. Ali, na hora de alimentar as suas lombrigas, que estão fazendo aqueles ruídos onomatopéicos que por hora não sei reproduzir. Você está lá, "cheio de fome", sentido o cheirim baozim da comida quentim, e, na primeira garfada, aaaaaaaaaaaaaa, dói. ¬¬. Nada divertido.

3 - ARMANDINHO - semente, semente, se não mente fale a verdade, de que ÁRVORE VOCÊ NASCEU???

4 - BARULHO DE BROCA DE DENTISTA - Convenhamos, o dia que inventarem uma jazzinho pra colocar tocando na broca, ao invés daquele barulho HORRENDO, essa pessoa vai ficar milionária.

5- BUSH - precisa dizer?

Chica - ainda vou ampliar essa lista.

No money, no pain

Você sabe que sofre. E gosta. E paga por isso.

Paga para te tacarem uma geleca quente e arrancarem, com MUITA dor, os pobres pelos que sinalizam nosso parentesco com os pobres micos (pobres, será? Mais espertos que nós, cientificamente falando -lembra da experiência com estudantes JAPONESES?- , e ainda não têm que fazer depilação).

Paga pra ficar rodeada de aparelhos de tortura (não só rodeada, como usando-os também) que lembram a época medieval, só que com nomes sofisticadésimos, tipo Gravitron Ultra Chest Pin Up ou Leg Press Converter Celulaites in Muscles Power Gym. (Pior, você sofre durante E DEPOIS, tomando dorflex na veia).

Paga quase R$ 15,00 para comer capim enquanto o Mc Sundae sai por R$ 3,25 (sim, eu pesquisei).

Paga OS TUBOS - pausa, parêntesis
Alguém por favor me explica da onde essa idéia de pagar OS TUBOS? Sim, porque eu preferia dar um tubo, sei lá do que, do que meus reales suados. Tomá tubão ficá doidão, será? Fecha parêntesis.

Enfim, paga OS TUBOS por um sapato que nem é tão MA-RA-VI-LHO-SO assim, mas que tem trinta metros de salto, pra sofrer a noite inteira com dor no pé.

Isso sem falar nas açougueirices, ops, intervenções cirúrgicas, que são baratinhas, baratinhas...

É. Eu vou abrir uma academia de masoquismo. Sem sado, só maso mesmo. O povo gosta. E paga.


Chica - tá, tá, eu acho divertido tomar dorflex na veia.

O penteado do Silvio Santos foi projetado pelo Niemeyer

Você já passou por uma situação tão absurda que você até chegou a procurar a câmera escondida, porque só podia ser pegadinha?

Vamos lá.

Segunda feira, treze e trinta da tarde, consulta médica pra ver se resolvou meu problema de queda de cabelo (não tô ficando calva não, deve ser stress, se bem que não sou stressada, só não tenho paciência, um pouco ansiosa, considere-se este 'pouco' algo como 90% a mais que o normal, enfim).

Pensei, bacana, consulto rapidinho e posso voltar pro trampo. E o cara (tá, o DOUTOR) vai me dar todas as respostas, já que só atua com isso.

Enfim, entro no consultório e...tadááááá.... o tal do médico tinha, NO MÍNIMO, 90 anos. Ok, nada contra, desde que seja uma pessoa atualizada, ágil... coitadinha de mim..

Resumo da história, a tal da consulta durou DUAS HORAS E MEIA,

Ele me passou um tratamento de MIL E QUINHENTOS REAIS,

Ficava me fazendo perguntas, como "você sabe por que o cabelo cai?, "você sabe como secar o cabelo?", "você sabe quantos fios de cabelo a gente perde por dia?", "você sabe o que integra o folículo piloso?", "você sabe por que as mulheres não ficam tão calvas quanto os homens?"

AAAAAAAAAAAAH, cacete!!! SE EU SOUBESSE NÃO TAVA AQUI, pavuna.

E para fechar com chave de ouro, avisou que se os cabelos que já caíram, caíram com a raiz, o folículo ou sei lá que diaxo, não vão mais crescer.

Conclusão - invisto mil e quinhentos reales num tratamento, invisto hoooooooras semanais pra ouvir o avô falar para depois ter que sair dali e ir numa loja de perucas.

Chica - só para constar, as mulheres ficam menos calvas que os homens porque o gene da calvície é recessivo. Até aula de biologia o vô me deu...

Não teço comentários porque não sei costurar

OK. Diário de borda, de beira. De estrada. Meio dia, cidadezinha da região metropolitana. Estou esperando há 40 minutos um cliente que está atrasado. QUARENTA. Acabei de descobrir que o preço da gasolina subiu de novo, no exato momento que a luz do "tô com fome mãe" do meu carro-filho ascendeu. Respira, calma.

Chama a Polllyana, faz favor.



Chica - sentada no banco de trás do próprio carro admirando a própria capacidade de deixar o próprio veículo uma zona. Própria.