sábado, 27 de setembro de 2008

Só é pobre quem quer (ou porque eu não sobreviveria como paulistana)


Ficar rico "es muy facil, mi amigo". Simples que só. Basta ter acesso aos devidos recursos. Dou dois exemplos.

O cara que conseguir trocar o barulinho da maledeta máquina do dentista pela 9a. sinfonia de Beethoven ficará trilhardário (essa palavra existe? Aurélio, alô?). Sim, porque você sente dor só de ouvir o tzzzzzzzzzzzzzziiiiiiiiimmmm daquele treco. Já imaginou um aparelinho desses que quando acionado cantasse Like a virgin, UH!, touched for the very first time.. Acho que as gengivas iam ficar todas excitadinhas, ui. Podia até doer no começo, mas depois, como tudo na vida, acostuma e fica bom, veja só.

Só que a verdadeira fórmula da riqueza, meus caros, não está nesta invenção não. Está em algo muito mais simples e que seria um grande passo para a humanidade e, pra minha desgraça, me levaria à falência em menos de 24 horas. Peguem lápis e papel e anotem o que vou dizer (quem sabe depois que patentearem, não me dão uma parte de lucros?) Quer ficar rico? Pois encontre uma maneira de vender paciência em cápsulas.

Eu seria a compradora número um. Me diz onde tem que eu compro, que se dane o cheque especial.

Mais uma vez, me explico. Estava em São Paulo tratando de assuntos burocráticos (quantas vezes tenho que dizer que sou chique). Peguei o metrô (nem tão chique assim). Não bastou cinco minutos para que eu sentisse a necessidade de uma cápsula de paciência. Em São Paulo, tem engarrafamento até no metrô. E não é de pessoas não.

O metrô parava e anunciava "paramos para aguardar a movimentação do carro a frente". ¬¬. Fico imaginando se os carros, na av. Paulista, tivessem uma buzina que dissesse - estou aguardando a movimentação do fdp a frente. Que delícia.

Mas isso não foi só. A próxima crise de abstinência das cápsulas de paciência viria logo a seguir, e seria muito, muito pior.

Passeando por uma galeria, olhando as vitrines, ali estava ele. Pequeno, calado, modesto, quase inofensivo, como se escondendo o poder de me derrubar. O ANÚNCIO. Discretamente dizendo "Precisa-se de vendedora com experiência ANTERIOR."

Ah, jura, Crispim? Não dá pra começar a trabalhar e adquirir uma experiência posterior não? Tem certeza que a expêriencia anterior é indispensável? Eu prometo que serie bem experimentada posteriormente.....


Chica - onde está a farmácia que vende essas cápsulas mesmo?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Micos europeus 2 (quase uns gorilas)




Essa é pra mostrar que os portugas tontos não são tão tontos quanto achamos. Acho que herdamos não só o idioma, mas a falta de neurônios também. Sim, e não é porque a cagada foi minha que vou deixar de por no plural, nóS somoS um pouco, a dizer, atrasadinhoS mentaiS também.

Me explico. E me contextualizo antes de mais nada.

Estava na Cidade do Porto, Portugal (jura? achei que era Porto Seguro...) Fui ao Museu de Arte Moderna (eu posso ser atrasada, mas pelo menos finjo que sou chique. Na verdade, achei o Museu bem chinfrim, tinha uma exposição sobre um cineasta, se é pra ver filme vou ao cinema, cacilds¹).

Bom, estava passeando pelo Museu e pelo Parque Serralves, linda e formosa, quando a maldita deu sinal de vida. Sim, a tenebrosa, a irritante, a agoniante, a chata da ETIQUETA DE NYLON (da minha camiseta)!!
Não parava de me pinicar, me incomodava horrores. Preciso dar um basta nisso, pensei, vou acabar com sua vidinha de pinico-tico ordinária, você vai ver.
Fui até o restaurante do Museu e pedi uma tesoura, que, ÓBVEO, não tinham. A hostess mui gentil me emprestou uma faca e eu disse a mim mesma, não, disse à etiqueta mesma, estas liquidada, opá!

Fui até o banheiro para dar início à operação Cami, a estripadora de etiquetas. Lá chegando, notei uma pequena fila - quem em Portugal se diz bixa, e também vi que o banheiro de deficientes estava vago. Bom, se vocês, lusos, vão ficar na bixa, problema homossexual de vocês. Fui para o banheiro de deficientes....

Terminada a chacina da etiqueta mala, usei o dito cujo do banheiro, dei a descarga, sim, sou chique, e notei um fiozinho que vinha do teto, como se fosse aqueles fios de descarga de banheiro de boteco, sabe? Bom, já que eu estou no primeiro mundo, e já que a descarga eu já dei, vamos ver pra que serve esse fio, talvez para aromatizar o ambiente.

Puxei......


Resumindo, nem um minuto depois, havia umas dez pessoas batendo à porta do banheiro, me perguntando se eu estava bem, se podiam me ajudar, praticamente chamando o Sarkozy para resolver aquele embate sonoro dentro da União Européia.

Eu tinha acionado o alarme. Para deficientes.


¹ Ai que saudades do Mussum...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Micos europeus 1. (e outras coisas da fauna do velho continente)



Euskadi.
Já perceberam que quanto mais importante a gente se sente, quanto mais a gente "se acha", mais cômico é o tombo? De que adianta salto agulha 10cm, vestido tubinho vermelho com decote até a patagônia, cabelo alisa,baba, cilios que tocam a lua mas pesam 3 toneladas de tanto rímel; se na hora de desfilar na frente de quem interessa tu mal se sustenta no salto e - tadáaaa - tropeça bem em frente a ELE???

Como se fosse alguém te dizendo "volta pra humiRRRdade, minha filha".

Enfim, de volta a Euskadi.
Estava eu passeando por uma praça de Barcelona quando vi toda uma movimentação cultural. Palco montado, stands, distribuição de panfletos, sorteios, tudo promovendo viagens a destinos lindíssimos. E no final de cada material impresso tinha lá escrito "Euskadi". Rá. Eu não sou daqui mas TENHO QUE me mostrar integrada. Respirei bem fundo, juntei todos os meus conhecimentos de portunhol adquiridos ao longo desses jovens anos, e perguntei, justo para quem parecia estar coordenando o evento:
- Oye, perdona, este Euskadi es una agencia de turismo, no?

O olhar que recebi de resposta era algo como - "ou você sai daqui agora, ou eu ligo pra imigração pedindo teste de inteligencia para entrada no país, no qual eu reprovaria, ou eu te mato, ou o ETA faz isso". Ela contou até 3 (acho que mais, não sei) e disse:

- Euskadi es el Pais Basco.

Acho que o ETA deve estar me procurando até agora.
http://pt.wiktionary.org/wiki/Euskadi

Back to Black (and white)

Nobres colegas.
Si, si, volvi! Volvi aos canarinhos, volvi a indentidade Chicaiana, volvi a indagar onde está o aquecimento global (faz 4 dias que so uso calça e bota. Saudades das minhas havaianas azul-marrom-encardidas). Volvi ao blogg!

Tempo de repassar tudo que me aconteceu nesses últimos meses. Tudo não, que nem eu tenho saco para escrever, nem vocês têm pra ler. Só os bafos, alho e óleo, mesmo.
Antes de começar, um adendo (ôôô palavrinha esquisita. Se eu tiver um cachorro, vai se chamar adendo. E se eu tiver um mano, vai se chamar Herrar, porque Herrar é o Mano).
Eu já to uva passa+da, então a ordem cronológica dos acontecimentos não será espeitada. E quem se incomodar, que levante o mouse.

Gracias.